Aceitem: o Bitcoin veio para ficar

A moeda digital (ou criptomoeda) Bitcoin é com certeza um dos assuntos que mais vem despertando interesse, desde a grande valorização do final de 2013. Embora ela já exista há pouco mais de 8 anos, 2013 foi o ano em que a mídia “acordou” para a sua existência.
Os economistas tradicionais e esta mídia não entendem, não compreendem o que é e o que ainda será o fenômeno Bitcoin. São convencionais, analógicos demais para ainda entender. Por isso, enfatizam em seus comentários aspectos que são secundários. Ficam espantados quando a moeda se valoriza, e ficam cheios de razão quando ela apresenta uma queda. Já virou até brincadeira nos fóruns a quantidade de vezes em que foi decretada a “morte” do Bitcoin.
“É muito volátil, não tem garantias, não tem banco central por trás, não tem governo, não tem lastro” são algumas das frases mais ditas por estes “especialistas”.
O grande erro é que eles não compreendem que o Bitcoin faz parte de um fenômeno geral chamado Revolução Digital. A Revolução Digital já tem uma importância equivalente ou superior à Revolução Industrial e à Reforma Protestante, na minha opinião.
As indústrias tradicionais estão “sofrendo” com estas mudanças, e se não conseguirem compreender, serão abatidas. Não é por acaso que muitas estão simplesmente sumindo (alguém lembra da Kodak?).
A internet, ao colocar praticamente as pessoas do planeta inteiro em contato umas com as outras, liberou forças que não se conheceu em momento algum anterior da história da humanidade. Onde isso vai chegar? Difícil prever. Mas todos conhecemos o caso particular dos downloads de mp3s e de filmes, que remodelou toda a indústria do entretenimento. Estamos vendo agora a chegada, cada vez mais próxima, das impressoras 3D – que irão mudar ainda mais as indústrias de brinquedos, de armas, de produção de pequenos e médios objetos, da medicina, enfim, uma infinidade de áreas serão afetadas por elas.
O Bitcoin é parte destas mudanças. As pessoas estão se dando conta – uma parte ainda muito pequena, mas já suficiente para colocar em evidência o Bitcoin – de que elas não precisam de governos regulando moedas, de bancos centrais, se elas convencionarem entre si que existe uma nova moeda, o Bitcoin, e que elas podem aceitá-la no seu dia a dia, inclusive como pagamento por seus serviços e por bens. E com muitas vantagens em relação a outros meios de pagamento.
Ainda ocorrerão muitas altas e baixas, certamente, mas não vejo como evitar este futuro. Os governos e o sistema financeiro tentarão evitar, como tentam controlar a internet e violar nossos direitos, invadindo nossa privacidade – mas a própria rede cria suas respostas (e não por acaso surgiram Anonymous, LulzSec, software livre, partidos piratas e partidos da internet, WikiLeaks e, claro, o Bitcoin). O futuro é nosso! (escrito originalmente em agosto de 2015)